quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Um mapa

Pessoal, obrigado pelos comentários e e-mails!
Espero ler cada vez mais das experiências e idéias de vocês aqui na área de comentários do blog. É um pouco estranho isso – ter um blog deste tipo - parece um pouco um strip-tease público e irrestrito. Mas, como conversava hoje no almoço, me ajuda a lembrar da coerência e da consistência: uma postura de honestidade.
Cada passo que damos na busca de quem somos nos traz de brinde a responsabilidade de brindarmos aos próximos com uma postura e atitude honestas – eu, honesto comigo mesmo. Este tipo de honestidade não é pensada, ou trabalhada: ela é sentida em algum quadrante interno das nossas percepções. Pode ser na barriga, no estômago, no peito, no coração, na garganta, etc. Pode ser um gosto, uma temperatura, um choque, uma corrente, uma textura, uma consistência. Qualquer que seja o nosso mapa de percepções – e cada um possui o seu – o sinal está sempre lá. Quantas vezes o-percebemos, intenso como uma lua cheia, mas fazemos um esforço descomunal para ignorá-lo. Outras tantas vezes estamos tão ocupados no cozinhar de nossos próprios desejos que sequer percebemos qualquer sinal, e seguimos em frente com nossa mais íntima desonestidade.
Muitos dos passos da trilha do ?-quem-sou-eu-? resultam em um aprofundar deste mapa interno individual, este sinalizador contínuo da nossa auto-honestidade. É como uma tela em branco cujos traços como que pré-concebidos aguardam os pincéis para se tornarem visíveis; aos poucos o mapa vai tomando foco, se torna vibrante. Vontade, disciplina, desapego, fé, amor, inquietude, são algumas das tintas e pincéis.

Às vezes vagarosa, às vezes em saltos, às vezes estagnada, a corrente de compreensão sobre o que somos é a maior busca que se pode empreender.
Discernir o que é simples construção dos nossos desejos e hábitos – por mais real que pareça – daquilo que é subjacente à nossa verdadeira essência – por mais fugaz que se mostre – é trabalho e prática para o buscador. Um só momento desta compreensão pura marca um norte firme que nos ajuda a navegar os semi-infinitos véus da ignorância e da ilusão.

5 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Marcos,

Gostei dos seus textos! Assim como em outros jeitos e gestos, você se mostra como um amigo que pensa e combina suas percepções e emoções de forma honesta (ou vai em busca disso, que é o mais honesto que dá para alguém ser...).
Abrir uma porta de comunicação e de afeto - independente do veículo, cara a cara ou por e-mail - me parece ser a forma que temos para ampliar a rede que nos conecta na vida. Para mim também esta abertura seria acompanhada da sensação de strip-tease. Esta proteção instintiva, evitando expor algo íntimo, as vezes atrapalha uma abertura que é de mão dupla, a gente se mostra e o outro também se mostra por ela.

um grande abraço,
Tatit

Anônimo disse...

Oi moreco,
Que delícia ver você escrevendo,tornando pública a sua busca. Mais um sonho que virou realidade...
Estarei sempre aqui e este "aqui" -o do marcos corajoso que se abre, busca e inspira - é o meu lugar preferido em você.
Com amor,
Pri

Anônimo disse...

Oi Marcos,
Muito legal sua iniciativa...
Grande abraço!!
[ ]´s Ivan (aikido)

Sueli disse...

Oi Marcos.
Que bom matar as saudades de quem você é. Como já disse o poeta espanhol, Antonio Machado, "Caminante no hay camino, se hace camino al andar".
Beijos,
Sueli

Mônica Thiele disse...

só agora, vc bem imagina porque, entrei no blog e gostei muito do que li. creio que os caminhos compartilhados se tornam menos solitários, o que não significa que seja simples ou fácil tornar público esse percurso tão pessoal e global ao mesmo tempo. parabéns pela coragem e iniciativa.
bj
mônica