segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A grande verdade sobre meditação


Existe um universo de livros e textos sobre esta palavra “meditação”. A grande maioria não passa de uma coletânea de pensamentos adocicados, como se a prática da atenção plena interna (descrição do que normalmente se chama de meditação) fosse um passeio a uma Disneilândia em que algodões-doces do materialismo espiritual estivessem à venda.
Pois deveríamos todos ler muito menos, e praticar. Basta uma verdade para várias vidas de prática. Eis então esta simples verdade para as nossas próximas vidas de prática. No momento em que estiver percorrendo a prática de atenção interna (“meditando”), saiba simplesmente isso: quando você se der conta de que está pensando, está então no presente.
Ao iniciarmos a prática de atenção interna inevitavelmente pensamos - pois a inércia do hábito de pensar no dia a dia naturalmente nos conduz para permanecermos no mesmo estado em que vivemos, ou seja, pensando.
Enquanto pensamos, não há nada a fazer, pois estamos perdidos no pensamento. Assim como quando estamos dormindo não há nada a fazer até despertarmos. Trazer pensamentos de esforço e desejo, de vazio e silêncio, de nada adianta, posto que são apenas mais pensamentos. Entretanto, pela graça divina, há  instantes em que algo se dá conta de que está pensando. Este é o momento chave. Neste momento estamos presentes. Permanecer aí, naquilo que observa e está presente, é a chave e a única oportunidade da prática.
As grandes divindidades, as visões do nirvana, os devas... são todos muito simpáticos, mas não fazem sentido para nós que permanecemos viajando em nossas maioneses ininterruptamente, e de repente desejamos que com alguns minutinhos de prática o mundo espiritual se abra como se fosse algo separado, e que ao mesmo tempo siga os mesmos cânones de nosso mundo material egóico.
Saber que quando nos damos conta de que estamos pensando estamos presentes. Isto, apenas, é suficiente para os próximos dez anos de prática. O resto, como diz Sesha, é perfumaria.


Abraços,
Marcos

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